27 de maio de 2009

A importância do acompanhamento dos pais.

Muitas têm sido as vezes que aqui (e nos contactos directos com os pais) tenho lançado o desafio ao contributo neste Blog dos "nossos pais", até agora esse contributo tem ficado pelo comentário mais ou menos breve e ligeiro a esta ou aquela mensagem por nós publicada.
Hoje ao receber este comentário que por certo ficaria "escondido" atrás da mensagem que lhe serviu de inspiração, tomei a liberdade de o trazer para a frente, agradecendo ao Pai Joaquim Queimado o seu contributo com a reserva à Academia de Talentos que se impõe.

Obrigado

Pedro Rocha




Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem "Captações":

Retirado de Academia de Talentos (excelente site)

A importância do acompanhamento dos pais.


Hoje em dia e cada vez mais cedo se detecta o talento, é pois por isso que os clubes através das suas bem organizadas redes de prospecção e recrutamento e do vazio da lei que permite aos atletas até aos 14 anos serem livres de mudar de clube, que surge a ligação dos clubes aos atletas através dos pais.
Nestas idades tão precoces é inevitável que o clube aborde os pais e lhes demonstre interesse no contributo do jovem jogador, esse interesse quando disputado por vários concorrentes leva ao sobrevalorizar da criança e principalmente ao sonho dos pais em que o filho seja uma futura estrela, uma saida para os seus futuros (todos nós conhecemos o caso de Bruno Silva da Bragafut).
Por vezes esta prematura forma de abordar a carreira dos seus educandos leva os pais a terem comportamentos menos correctos, criticando ou sobrevalorizando a conduta dos jovens atletas, fazendo com que um simples lance seja determinante e começam assim a condicionar o crescimento dos jovens e a retirar a alegria de jogar pela obrigação de fazer bem.
É frequente assistirmos a jogos entre os mais novos, onde são os pais de fora que tentam comandar os jogos dos pequenos atletas como se de um jogo de computador se trata-se. Vivem aquelas emoções certamente com a melhor das intenções, mas são aquelas emoções que irão transparecer para o jovem dentro de campo.
Sempre que ele tiver uma acção positiva ou negativa ele irá sempre olhar para os 'juizes' que se encontram do lado de fora para ver se fora uma boa acção ou não.
O acompanhamento dos pais é sem duvida de elevada importancia e nada se consegue sem uma boa parceria entre clubes e pais, é o treino um processo de desenvolvimento do jovem jogador, mas a postura e educação transmitida pelos pais um processo de desenvolvimento da sua personalidade e do seu caracter...

Joaquim Queimado

3 comentários:

jose magalhaes disse...

concordo plenamente e "tiro o chapéu" ao texto em questão. quantas vezes nós que estamos do lado de fora, verificando os maus exemplos dados por alguns pais durante toda a época desportiva, acabamos por cair no mesmo erro quando a emoção fala mais alto ou quando achamos que os nossos pupilos "não estão a corresponder" ás nossas expectativas (leia-se ambições)?
devemos todos consciencializar-nos de que os nossos jogadores têm e recebem instruções bem precisas por parte do seu treinador, e que este é que é de facto o seu orientador e a sua voz de comando.
penso que se os miúdos não sentirem pressões ou correcções quanto ao seu desempenho vindas do exterior, terão maior facilidade em concentrar-se naquilo que é realmente importante: o jogo, a alegria de jogar e de dar o seu melhor contributo para o êxito da equipa.

jmagalhaes

Juca disse...

Bom dia,

Há muito que aqui não deixo o meu comentário, embora visite o blog assiduamente, acompanhando o desenvolvimento não são da equipa das Escolas A (onde joga o meu filho), como o de todas as outra equipas que fazem parte do Palmelense!

No entanto não posso deixar de parabenizar este pai por este excelente texto! O acompanhamento dos pais é de facto crucial e tem que ser muito bem pensado para que não induza os jovens em ideias e atitudes que podem dar mau resultado!

Os clubes de formação também têm o seu papel importante no desenvolvimento destes jovens pois nem todos têm talento, mas decerto que todos gostam de praticar este desporto!

Mais uma vez... Sábias palavras!
Até breve

orlando goulart disse...

Claro que sim, não é nada difícil concordar com o texto aqui apresentado. Mas quantos de nós resistimos à tentação de corrigir e exigir aos nossos filhos que sejam Cristianos Ronaldos? Eu sei que poucos, muito poucos dos miúdos que jogam nas escolinhas virão um dia a ter sucesso neste desporto, mas mesmo assim, em cada jogo que eles fazem, lá estamos nós todos esperançados na sua evolução e na sua prestação perfeita. Depois, no fim do jogo é a inevitável tentação de lhes dizermos o que fizeram mal, essencialmente o que fizeram mal.
Eu como a minha habitual mania das perfeições já aprendi a minha lição! Após mais um jogo do meu filho, lá estava eu no meu carro a caminho de casa a apontar os aspectos negativos, claro, sempre os aspectos negativos, quando ele me interrompeu quase a chorar dizendo “pai… diz-me o que é que eu fiz bem?”… fiquei tão desarmado e triste comigo mesmo que desde esse dia tento arduamente resistir à tentação de o corrigir, enaltecendo apenas os pontos positivos do jogo dele e fazendo com que ele se sinta feliz a praticar futebol, sonhando com um futuro que provavelmente não terá nesta modalidade. Decidi deixar que ele sonhe e que com o tempo ele mesmo se aperceba que poucos são os que realmente vingam.
Para aqueles que como eu, têm a mania da perfeição, é preciso que não se esqueçam que o objectivo da vida não é a perfeição mas sim a felicidade!