Domingo, 4 de Outubro, participámos num torneio de Futebol 7, organizado pelo Sporting Clube de Linda-a-Velha. O nosso grupo foi constituído pela equipa da casa, Benfica e Estoril.
Neste torneio participaram os seguintes atletas: Gonçalo Marinheiro, Jorge Osório, Carlos Costa, João Petinga, Tiago Jesus, Tiago Fortuna, Sérgio Pinto, Nelson Nunes, Georgiy Chernobay, Rafael Rocha e Rodrigo Constantino.
Esta foi uma excelente oportunidade para nos confrontarmos com diferentes níveis e modelos de jogo. Apesar de todos os adversários se terem apresentado em 2:3:1, foi bem visível as diferentes dinâmicas com que cada uma desenvolve o seu modelo de jogo. Foi um excelente teste à dinâmica que imprimimos ao nosso sistema.
No primeiro jogo, defrontámos o Benfica. Para além do atraso da equipa adversária, houve um período de espera para que as redes das balizas fossem “consertadas”, no qual circulámos a bola para não arrefecer. E aqui começam logo as grandes diferenças. Enquanto os suplentes do Benfica observavam a nossa equipa, analisando-a, os nossos estavam mais preocupados com factores alheios ao jogo.
Entrámos muito bem no jogo, bem organizados, a bascular em bloco, com sucessivas compensações, sempre com um jogador a pressionar a bola e a zona central bem preenchida. Passado apenas 1 minuto e 40 segundos, num momento de inspiração, o Georgiy recuperou a bola entre a linha de meio campo e a linha da grande área adversária, levantou a cabeça, olhou para a baliza e marcou um “golão”. Um excelente gesto técnico, “chapéu” ao guarda-redes do Benfica, que se encontrava ligeiramente adiantado. Certamente que nunca esquecerá este momento, mais do que merecido, pelo sentido de baliza demonstrado.
Conseguimos criar dificuldades ao Benfica, na 1ª parte, podendo-nos orgulhar de termos ido para o intervalo a vencer por 1 a 0, o que face às evidentes diferenças, já foi um feito bastante positivo. Sofremos o 1 golo aos 3 minutos da segunda parte e a partir daqui foi mais difícil manter os níveis de concentração. Cedemos mais espaços, sobretudo na zona central, começámos a correr mais, mas com menos sentido, e de forma natural surgiram mais golos. Em doze minutos sofremos 6 golos, muito pela entrada de um extraordinário avançado, com uma excelente técnica, com uma composição corporal muito acima do escalão e com um instinto finalizador admirável. Todos os nossos jogadores tiveram a oportunidade de participar na partida e apesar do resultado negativo, só pela primeira parte já valeu a pena. No fim restou-nos os elogios da equipa técnica adversária à nossa boa organização.
Após este primeiro jogo, decorreu um período de espera prolongado, no qual se disputaram dois jogos. Mais uma vez, este período serviu para reforçar a falta de atitude e de interesse por parte de alguns jogadores. Vamos a um torneio deste nível, temos a oportunidade de aprender, de ver jogadores de excelente qualidade, mas em vez de tomarmos atenção, de termos a curiosidade e o interesse, tão necessários à evolução, muitos preferiram brincar com o colega, alguns de costas para o campo, do que ver o Linda-a-Velha x Estoril (dois dos adversários) e o Linda-a-Velha x Benfica.
Logicamente, a falta de interesse, aliada à paragem prolongada, que amoleceu alguns atletas, reflectiram-se no nosso segundo jogo. Pela análise do jogo Linda-a-Velha x Estoril, tínhamos excelentes condições para vencer o Estoril, que apesar de apresentar uma excelente qualidade técnica, evidenciava dificuldades defensivas, que seriam agravadas pela pressão exercida pelos nossos dois avançados. Porém o Futebol é assim, fazemos um excelente jogo e a seguir podemos fazer o pior jogo. Assim aconteceu. Na primeira parte não realizámos um único remate, falhámos imensos passes, pressionámos por pressionar, não houve alegria dentro de campo, não nos divertimos. Parecia que naquele momento queríamos fazer qualquer coisa menos jogar futebol. Assim é muito difícil e a paragem de mais de uma hora não pode ser utilizada como desculpa. Sofremos um golo no fim da primeira parte e no início da segunda. O Estoril jogou aquilo que permitimos, não precisou de se esforçar muito. Quando tentámos reagir já foi tarde de mais. Alguns atletas estavam convencidos, pelo que viram da bancada, que iriam ganhar facilmente os dois jogos que faltavam (Estoril e Linda-a-Velha), subvalorizando o adversário. Perdemos por 2 a 0, mais um jogo construtivo para a evolução dos nossos pequenos atletas, que têm de se mentalizar que temos que respeitar todas as equipas de igual forma.
O jogo com o Estoril, mais do que um problema de processos foi um problema de ATITUDE. Assim, para o último jogo, diante do Linda-a-Velha, para o qual tivemos um período de recuperação apenas de 5 minutos, o principal objectivo foi apresentar uma equipa com atitude, combativa e que não desistisse de demonstrar aquilo que temos vindo a trabalhar, as evoluções conseguidas e, sobretudo, que demonstrasse alegria a jogar. Este foi um jogo bem disputado, com as claques das duas equipas a confraternizarem e a apoiarem mutuamente as suas equipas, com cânticos alternados, acompanhados de palmas, dos dois lados, uma espécie de... ora puxas tu, ora puxo eu. Foi muito agradável sentir o apoio da nossa claque e, certamente, pela atitude que a equipa demonstrou, pelo empenho, pelo esforço, totalmente diferente do jogo anterior, esse apoio foi fundamental. A equipa manteve-se coesa, disputou cada lance com a máxima intensidade e meritoriamente obtivemos o 1 a 0.
O objectivo da participação neste torneio, para além da aprendizagem, da avaliação do nível de jogo, era também a passagem às meias-finais. Objectivo ambicioso, mas que com outra atitude no jogo com Estoril, poderia ter sido atingido. De qualquer forma, não nos podemos esquecer que temos menos carga de treino semanal, temos uma filosofia diferente e que temos meios e recursos diferentes. No entanto, demonstrámos que temos o nosso valor, que temos uma identidade própria e que temos que nos orgulhar daquilo que a pouco e pouco vamos conseguindo evoluir.
Obrigado aos Pais pela disponibilidade que demonstram em acompanhar e transportar a equipa, sempre que necessário, bem como pela boa disposição e clima positivo em cada deslocação. Uma equipa não se faz só de jogadores e equipa técnica.
Para consultarem as fotos do torneio: www.pbase.com/groundzero.
Para a semana continuamos a fase de preparação com uma deslocação a Alcochete, para defrontar o Alcochetense.
O Treinador dos Infantis B,
Ricardo Lopes
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