17 de maio de 2010

PRÉ-ESCOLAS



Neste Domingo participámos num Encontro de Futebol de 7 na Academia Barreirense.


Participaram os seguintes atletas:
André Cancela, Pedro Santos, Gonçalo Borrego, José Búzio, Diogo Heleno, Bruno Logrado, João Maria, Gonçalo Luís, João Carvalho, Tomás Picado e Pedro Amaro.

Disputámos jogos com Barreirense, Beira Mar do Lavradio, Silveirense F.C. e Almada AC.
A participação neste encontro visa essencialmente a iniciação ao jogo de 7. Os jogos tiveram diversos factores novos para estes jovens. A dimensão do campo, das balizas, o tempo de jogo que foi de 30 minutos com intervalo pelo meio, entre outros que leva a um modelo de jogo diferente.
Os jogos correram bem, com duas vitórias, um empate e uma derrota.
Foi notória a capacidade destes jogadores na receptividade e assimilação do novo modelo de jogo. Tacticamente o grupo de jogadores já consegue cumprir muitas das novas situações de aprendizagem. Há muito que evoluir, nomeadamente no aspecto individual a nível físico, em que temos alguns atletas que correm muito com a bola, acabando por esgotar fisicamente após as suas investidas de velocidade e consequentemente não conseguirem a recuperação e ocupação da sua posição na transição de ataque para defesa. Este facto cria desiquilibrios tácticos que levam a que a equipa tenha mais dificuldades na recuperação de bola, abrindo espaços para a equipa adversária.
A nível dos remates ainda exploram pouco a dimensão da baliza em que devem fazer remates à altura e largura total da baliza.
Ainda temos de trabalhar muito para conseguir que os jogadores joguem menos em função da bola e melhorem a sua forma de jogar em função dos colegas e adversários, jogando em equipa à largura de todo o campo.

Relativamente a outro aspecto à parte deste encontro, gostaria de deixar um breve comentário, pois não é este espaço o mais adequado, mas deixo uma pequena nota para reflexão.
É com grande amargura que vejo as condições em que algumas crianças praticam esta modalidade. Condições materiais ruins, treinadores sem formação adequada para trabalhar com tão tenras idades, clubes com condições miseráveis. O papel das associações de futebol, autarquias e governo central é preponderante, mas parece-me irreal. Deviam estas instituições permitir que nestes tempos ainda haja clubes assim? Desta forma acabamos por arrasar todo o papel da formação, pois custa-me imenso ouvir os nossos atletas a comentarem: "coitados nem equipamento têm..."
E os pais? No papel de Encarregados de Educação, como permitem que qualquer um dê ensinamentos aos seus educandos?! Qualquer um pode ensinar futebol?!
O fenómeno social do futebol, que é um desporto, deve em meu entender, ser compreendido numa visão polissémica, sendo necessário dar a entender aos jovens praticantes o verdadeiro sentido do desporto. É importante crianças e pais compreenderem que é fundamental para os treinadores preocuparem-se com a preparação do jovem atleta para encararem o mundo em que vivem e não se demarquem a ensinamentos que se limitem às doutrinas do desporto.
O futebol português está pobre a par da nossa sociedade e enquanto não mudarmos de mentalidades, assim continuará.

Para a semana temos novo encontro na Academia Barreirense.
Cumprimentos a todos os leitores e desculpem a franqueza.
Treinador Daniel

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